quarta-feira, 30 de março de 2011

Exteriorizando

Eu tenho mania de sair falando pelos cotovelos, das dores que sinto, das vontades que tenho, dos sonhos que em mim transbordam, das situações que me chateiam, das saudades que me sufocam, de um universo de coisas que permeiam minha mente e coração e isto, as vezes, atrapalha. Mas se eu não falar, transparece, e quem me conhece vê e interpreta, então, não resolve muita coisa calar.
Às vezes quando calo eu canto e canto qualquer coisa, canto o som que descreve minha emoção contida. Se ainda não tem uma letra definida, saio fazendo rimas de palavras sem nexo como você e TV, eu e breu, mar e amar, amor e cor e um monte de outras combinações nada combináveis. Daí se não combinar letra e melodia prefiro o doce som do silêncio. E o ruim do silêncio são as vozes que gritam no inconsciente, que perturbam com frases e falas contrastantes.
E quando não canto, conto! Conto de um a dez, a mil para esquecer o que incomoda, para respirar melhor, para disfarçar os gritos e grilos na cabeça, para não deixar as teimosas lágrimas rolarem quentes e salgadas sobre a face fria. Só que chega um momento que não adianta esforços, nem música, nem silêncio, nem números, nem palavras,... as lágrimas vem. E vem com tanta veemência que posso estar só em minha companhia ou em companhia da multidão, nada as segura, e olha que eu já tive vergonha de chorar.
Eu queria acreditar que, assim como os homens, eu também não chorava nem por dor nem por amor, mas descobri que tenho uma coisa chamada coração de carne, coisa de humano, então eu choro, falo, escrevo, canto, encanto e desencanto para amenizar as dores e amores da vida.
                                                            Tudo de bom e de bem para todos nós sempre!
                                                                                           Mônica Macêdo

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