terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Inércia


Hoje eu quero um coração e uma cabeça de ferro
Pensamentos de estátua,
Precisando ser um ser gélido, frio como mármore,
Duro como uma rocha
Inerte, inexistir, não pensar, não sentir, não viver, nem respirar,
Passar um tempo fora de órbita,
Fugir dessa galáxia sem mover um cílio,
Sair do ar.
Parar no tempo.
Parar o tempo.
Não sentir calor, frio, dor, amor,
Não ver o relógio, as horas,
Não atender ao telefone nem a campainha,
Sem espelhos, sem reflexos,
Nada de sons, nem de gente,
Nem de nada.
Nada de nada.
Hoje, só por hoje, o direito de ser nada,
De ser ninguém,
De ser vácuo,
De não perguntar nem responder,
Nem reivindicar direitos, nem exercer deveres,
Só hoje.
Apenas hoje.
Nada de dúvidas, nem certezas,
Nem o claro, nem o escuro, nem o contraste,
Nem o sim, nem o não, nem o meio termo,
Nem esquecer, nem lembrar.
Só um dia sem ser ser humano,
Somente hoje.
Que venha os amanhãs em movimento,
Os ontens não deixarão de existir,
Mas que o hoje seja assim, INERTE.
Só hoje!

                       Tudo de bom e de bem para todos nós sempre!!!
                                                                                        Mônica Macêdo